Atualmente esse é um desafio, porque tenho esclerose múltipla. Demoro mais tempo para pintar um quadro do que antes, pois não tenho forças nos braços. Apesar das dificuldades da doença, me esforcei muito para continuar pintando, até que em 2006 tive um câncer de intestino e fiquei 16 meses em tratamento quimioterápico. Fiz duas cirurgias e cheguei a ficar desenganada pelos médicos. Agora, levo uma vida mais saudável. Mesmo sem conseguir ficar muito tempo pintando, o que me cansa muito, consigo relaxar com esse meu trabalho. Essa é uma alternativa para me sentir um pouco mais viva. Faço meditação e também tenho meu perfil em um site de relacionamento, que me ajudam muito a lidar com essas dificuldades.
O que seu trabalho representa para quem olha?
Quero despertar admiração e comunhão com os animais e a natureza, já que estes são os meus temas preferidos. Mas, além disso, gostaria de passar aos colegas que se aposentaram por motivo de doença que, mesmo através de uma alternativa que não seja a pintura, temos que nos sentir vivos e aprender com as pequenas vitórias diárias sem achar que somos fracassados. Quando temos algum tipo de invalidez, podemos compensar sempre. Deus nos dá muitas alternativas para que possamos nos sentir em paz e continuar vivendo com felicidade e alegria.
Como é a relação entre sua vida pessoal e seu trabalho?
Aprendi muito depois de tudo que passei. Hoje, só pinto quando estou bem tranquila e isso se reflete na minha vida pessoal, que sempre fica mais equilibrada quando estou fazendo uma tela. Gosto muito de fazer mandalas, que me proporcionam energia e paz.